30 October 2009
S-port : danke
I would like to thank Salome and Tobi for all the help, support and friendship! You made this possible:) I thank Camilo, Cláudio and all the Swissport'09 participants for contributing to such a cool evening and such a nice 'interaction' between Swiss and Portuguese architects (no matter where they were coming from)... I thank the staff of the Carambolage for all the enthusiasm and easy-goingness... That is the spirit we like to find in our venues! Thank you Dulcineia for hosting a great weekend in Basel and the sponsors Diogo and Pedro for being there, once again...
S-port : text
Some episodes of this alphabetical series had been stimulated by external happenings –the first meeting at the Kunsthaus Bregenz, for example, was triggered by Zumthor’s exhibition.
This time, as I was collaborating with the Swissport’09, I proposed to the organizers, Camilo Rebelo and Cláudio Reis, to include Z-A-interaction in the extensive list of side-events related to the workshop, an idea they kindly accepted.
After two weeks of work in Porto and Lausanne between students from FAUP and EPFL – as well as a large number of visits, lectures, etc – the last day consisted on a study trip to the city of Basel and some of its most representative contemporary architecture.
The Swissport’09 was as successful as tiring, so we had to be careful about how to make an interesting and weighted closure without being too much pretentious and prescriptive.
In collaboration with local organizers Salome Rätz and Tobias Jäggli, it was suggested a kind of dinner-event where people could sit and talk, enjoy and relax after a long day that culminated long weeks of conviviality.
We contacted Carambolage, a small arty bar in Kleinbasel with the casual and cozy atmosphere we were looking for. We ordered dinner from two neighboring restaurants, an inconsistent menu of thai food and pizza. The Portuguese beer Super Bock was sold out.
The largest wall on the room was used for projecting videos and photos taken during the Swissport’09. With a certain dose of improvisation, the group was invited to bring their camera’s memory sticks and show what they had captured in Portugal and Switzerland: the workshop and the lectures, the buildings and the sea, the restaurants, the groups and the smiling faces, and so on.
In the S-port we experienced a new format of ‘casual meeting’ and we were happy with it. It showed that there is no ‘receipt’ for making these events interesting, a true ‘interaction’ between ‘international creative people’.
Unfortunately, as it starts to be common as well – remember the t-shirts episode in Lisbon? - something went wrong: I lost my digital camera on that night, probably in the house party we went after the Carambolage. With it, I lost all the photos and videos from the S-port. The only documentation I kept from the dinner-event was a small paper with everybody’s names (I was writing them down as people was paying for their dinner, just for keeping the situation under control :). I was surprised that no one else took photos, which tells a lot about how ‘busy’ everyone was, over the evening… this makes us happy!
Paulo Moreira
14 July 2009
S-port : news
We are pleased to announce the 8th 'interaction', taking place in Basel, Switzerland, on Saturday the 3rd of October 2009, from 19h to midnight.
The event is being co-organized by local hosts Salome Rätz and Tobias Jäggli. The venue is Carambolage in Kleinbasel - bar, kunst&kultur, spielen&lesen, trinken&geniessen. Please check this link for directions.
The S-port will be simultaneously the closing party of Swissport 2009, whom we are delighted to collaborate with. As a matter of fact, we took advantage of the coincidence of this being the 'S' event, to name it 'S-port'. The concept, results, stories and gossip of the intense weeks of conviviality between Portuguese and Swiss architects will be presented during this meeting, with the usual casual atmosphere. Please feel free to join and bring your friends.
T-tempo : obrigado
Não sei por onde começar os agradecimentos. Este encontro fez parte de uma viagem inesquecível, resultante de um processo complicado que envolveu a Londonmet, o British Museum e o American Institute of Architects. Envolveu também uma história pessoal e relações familiares entre Portugal e Moçambique. É tão complicado que nem sei por onde começar os agradecimentos. Talvez possa resumir com um grande obrigado ao Kester e ao Jorge por se terem empenhado em partilhar uma tarde agradável de Sábado.
T-tempo : texto
Nas últimas semanas, o espaço do Movimento de Arte Contemporânea de Moçambique - MUVART recebeu artistas, curadores, arquitectos, professores, amigos apaixonados pela arte contemporânea, para trocar ideias, experiências e, acima de tudo, debater a arte que se faz no mundo, a partir da produção artística do MUVART e do que se faz em Moçambique.
Estes encontros são muito importantes para estimular a reflexão sobre a arte ao nível da teorização e da produção. Permitem encontrar pares, aqui e em outras geografias culturais, adquirir o hábito de olhar para nós e aprender com o outro. É um exercício contínuo que o MUVART vem realizando desde a sua criação. Desde há algum tempo resolvemos ampliar o leque de intervenientes. No início éramos só nós: artistas membros do grupo. Desta vez os intervenientes foram Paulo Moreira – arquitecto português que está a fazer o mestrado em arquitectura em Londres – e Pedro Alberto que está a fazer a licenciatura em sociologia em Maputo na Universidade Eduardo Mondlane. A conversa demorou horas.
Temos como ponto de partida para estes encontros a consciência de que existem diferentes formas de compreensão relativamente à arte africana e ao seu papel como reflexo da história dos povos colonizados e colonizadores. Da dualidade do Ocidente e da África. Da necessidade de darmos uma contribuição num mundo cada vez mais globalizado, onde se perdem os valores locais em detrimento dos valores globais.
A conversa com Paulo Moreira estava longe destes pontos de vista. Paulo Moreira, através de um projecto de pesquisa arquitectónico, faz uma ponte entre o presente e o passado. Veio a Moçambique para pesquisar sobre uma escola primária localizada na cidade de Xai-Xai na província de Gaza. Foi construída pelos seus avós nos anos 60 do século passado. Esta escola para além de ser o ponto de encontro das experiências dos seus avós em Moçambique é também um elo de ligação entre diferentes realidades geográficas. Permite obter respostas para problemas que se levantam a partir de experiências individuais e permite perceber as relações arquitectónicas de diferentes momentos e as suas possibilidades.
O trabalho do Pedro Alberto encontra-se num processo de construção. É um projecto que iniciou há três anos e que consiste na elaboração de postais feitos a partir de diversos materiais. Pedro Alberto elaborou e apresentou até ao momento mais de 300 postais. Nestas apresentações muitas interrogações ficaram sem resposta. Como apresentar o que faz? Que caminho seguir? Transformar estes postais em objectos efémeros? Torná-los documentos da sua experiência? Os postais referem-se a memórias da sua infância e a experiências da sua adolescência, trazem referências culturais, sociais e políticas; traduzem um compromisso político. Negoceiam as diferenças e cedem em momentos críticos.
Uma das qualidades do trabalho artístico é a possibilidade de ser/estar “em aberto”, poder ganhar vida própria. Isto é, permitir diferentes interpretações, ser entendido em diferentes contextos culturais, permitir desdobramentos de formas e conceitos, ser capaz de se alimentar por si e de alimentar outras formas plásticas.
As duas apresentações têm em comum o tempo e a memória. A experiência do outro e a nossa experiência. Tanto a de Paulo Moreira, que vai ao encontro do tempo e do espaço perdidos, revivendo momentos através da visita ao lugar deixado pelos seus avós, como a de Pedro Alberto, que através de colagens e assemblagem constrói universos, onde as suas referências, que vêm do contacto visual de uma sociedade pré-digital e do imaginário construído durante a sua infância e adolescência, possibilitam a construção de novos valores e a reconstituição de factos baseados em diferentes formas de construção da realidade.
Jorge Dias
Curador do Museu Nacional de Arte